Colombe d’Or: hotelaria com arte

Quem não tem um sonho? Todos têm um sonho que imaginam ser irrealizável.

Nosso sonho é criar um espaço como a Colombe d´Or no extremo sul da Bahia.

Queremos criar este espaço, juntando artistas plásticos contemporâneos do Brasil, das Américas e do mundo todo para criar um novo destino turístico neste pais que pode ser lembrado como o caminho do descobrimento, numa nova experiencia de turismo, juntando a preservação e a conservação do patrimônio desta região, envolvendo o ambiente, a cultura, a arte e história do nosso pais.

Um dos projetos apoiados pela Associação Paralelo 17°S – O Descobrimento é a criação de um espaço no litoral do extremo sul da Bahia que seja um local que ofereça uma opção charmosa de hospedagem, boa gastronomia e arte, muita arte. Vamos receber artistas plásticos de várias vertentes, e eles deixarão no local sua marca, obras que enriquecerão o acervo da instituição, mais ou menos como se vê em alguns pequenos hotéis de Nova York, de Berlim, de Londres, da Provence e até mesmo mais perto daqui, no Chile e no Uruguai.

Em Nova York, por exemplo, alguns ambientes do Gramercy Park Hotel têm obras de artistas consagrados como Cy Twombly, Damien Hirst e Julian Schnabel, entre outros. A poucas quadras de lá, os quartos do Carlton Arms têm pinturas feitas por grafiteiros famosos da cena de street art nova-iorquina dos anos 80. Mais recentemente, um dos apartamentos ganhou uma obra do misterioso – e valorizadíssimo – Banksy.

Em Berlim, o Luise Art-Hotel, instalado em um prédio neoclássico de 1825 no badalado bairro de Mitte, tem seu lobby e cada um de seus 50 quartos customizado por 50 diferentes artistas contemporâneos do mundo todo, como o polonês Roman Schmelter, a canadense Nathalie Daoust, o austríaco Gerald Hartwig, a espanhola Teresa Mar, o uzbeque Shukhrat Babadjan e os alemães Thomas Baumgartel, Elvira Bach e Dieter Finke.

Construídos pelo excêntrico bilionário norueguês Alexander Vik, a Estância Vik, em Punta Del Este (no Uruguai), e o hotel da Vinícola Vik, em Millahue (no Chile), seguem esse mesmo conceito, mas apostando em artistas locais. As 12 luxuosas suítes do empreendimento no balneário uruguaio têm obras de Pablo Atchugharry, Gloria Boxer e Alvaro Amengual, entre outros, enquanto as 22 acomodações da vinícola chilena trazem criações de Sebastián Valenzuela, Francisco Uzabeaga e Pablo Montealegre, entre outros.

Nenhum desses, no entanto, tem o charme do Colombe d’Or, instalado na cidadezinha medieval de Saint-Paul de Vence, no sul da França. A história do Colombe d’Or começou na década de 1920, com um café com terraço a céu aberto onde os visitantes da cidade podiam comer, beber e dançar nos fins de semana. Com o tempo, os donos do lugar – Paul e sua mulher Tittine (apelido de Baptistine) – resolveram ampliar o negócio e abrir uma pousada, inicialmente com apenas três quartos.

Nos anos 1940, o local começou a virar um ponto de encontro para estrelas do cinema a fim de dar um tempo da badalação da Cote D’Azur, como Yves Montand, Simone Signoret e Orson Welles. Em seguida, vieram escritores (como Jean Cocteau e F. Scott Fitzgerald), músicos (como Igor Stravinsky), dançarinos (como Isadora Duncan) e artistas plásticos. Muitos deles pagavam sua estadia encenando performances no salão do restaurante para divertir os frequentadores ou deixando obras na propriedade.

Pablo Picasso, que era um habitué, presenteou Paul e Tittine com vários de seus desenhos, Henri Matisse pintou uma das paredes, Fernand Léger enfeitou o muro ao lado da piscina com uma linda obra em cerâmica, telas de Georges Braque e Joan Miró podem ser vistas em vários ambientes e Alexander Calder montou um enorme móbile no jardim.

A coleção de arte até hoje segue crescendo – uma das mais recentes aquisições foi uma obra do irlandês Sean Scully. Para muitos especialistas, um almoço ou um pernoite no Colombe d’Or vale mais do que uma visita a um bom museu.

O principal modelo para esse novo empreendimento que será aberto aqui no município de Prado é o Colombe d’Or. Assim como a luz da Provence inspirou tantos artistas da Europa, a ideia é que o sol do extremo sul da Bahia ilumine e estimule a criatividade de artistas brasileiros, criando mais um pólo de atração para a região. E que o local atraia um público diferenciado e diversifique ainda mais o cardápio de opções culturais da área do Paralelo 17°S.